sábado, maio 24

El Mar

Tarefa da aula de literatura. Tema: el mar.


El mar

Casi todos los días vengo hasta la playa para sufrir. Tengo mucho miedo del mar, como tengo miedo de ti. Sin embargo, no me ves huir. Sigo adelante y me paro en la orilla, sabiendo que debería estar corriendo en la dirección contraria. ¡Tan estúpida! Entierro mis pies en la arena y me voy hundiendo aun más, toda vez que me besan esas aguas cálidas.
La superficie parece calmada. Las olas suaves musitan promesas de un buceo inolvidable. Un placer por el cual valdría la pena arriesgar la vida. Pero las aguas no son sinceras en sus intenciones. Veo la tempestad por detrás del horizonte. Quizá, lo que yo más desee sea que una tormenta o una ola gigante me sorprenda, me atrape y me lleve hasta el fondo. Como deseo tu abrazo y la alegría y el pavor que él me hace sentir.
Escapo de una ola que me quiere lamer las piernas. Me aparto, pero no me voy. ¿Por qué no viene el verdadero amor a salvarme y llevarme lejos de este litoral?
Con mi corazón, pregunto al mar:
¿Si me dejo llevar, sólo una vez, me destruirás?
Pero él no sabe oírme. Pregunto otra vez, con mis ojos:
¿Me puedo aventar y volver a la tierra, entera, limpia y tranquila?
Pero él tampoco entiende mi mirada. No tengo ningún efecto sobre él. No me habla.
Si me aviento, sé que seré devorada. Pues es todo lo que quiere el oceano. Es el destino de los aventureros.
Sigo caminando en la orilla de esas aguas de color sobrenatural, que de mirarlas ya me hacen temblar.  No tengo ganas de huir, pero tampoco me quiero morir. Parezco calma, pero no tengo ninguna paz.
Este mar me atormenta. Este mar son tus ojos.
Desejo do dia: olhares.

sexta-feira, janeiro 17

Comecei a escrever uma história mulherzinha. Não tenho como fugir dela porque os personagens ficam conversando dentro da minha cabeça.

Ao mar
No final da tarde, recebi um e-mail de Laura. Não sei de onde tirei ser sua amiga se até hoje ela não me olha direito nos olhos. Mandou-me uma foto de Ipanema e escreveu:
“Eu só queria vir para a praia, deitar entre a areia e o oceano, onde a vida está constantemente em agonia. Onde as criaturas se enterram e as abelhas morrem. É o mais próximo que a maioria dos seres humanos chega do mar. É um limite. 
Tenho medo dessas águas, como nunca tive.
Quando eu era uma menina e admirava o mar e tantas outras maravilhas, pensava que esse mundo com certeza era sagrado e que, portanto, eu também o era. Mas agora só penso que tudo o que existe é melhor, mais perfeito e mais importante do que eu.
À beira desse oceano, tenho certeza de que a única coisa extraordinária que tenho a oferecer à vida, é a minha morte.
Se todas as aventuras já foram contadas e todas as histórias vividas, por que continuamos a nascer nessa terra escura? Por que todos os tempos parecem ter sido melhores do que este? Nunca existiu tanta gente. E a cada dia que passa, torno-me mais insignificante, diante dos milhões que nascem.
Se em tempos distantes eu acreditava que tudo não passava de um teste para me fortificar e me preparar para uma grande missão na vida, hoje sei que não passa da mesma miséria na qual nascemos todos. A mesma estúpida miséria sem nenhum sentido.
Se eu tive alguma chance, se todos a temos, ela passou para sempre. É inútil acreditar que ainda é possível. Os anos passaram e eu não tive tempo de ser ninguém. Não estou velha, mas é só velhice o que tenho pela frente.
Deus? Se existir, só tenho medo dele, que me fez esse ser humano impotente. Somente para rir das minhas esperanças perdidas. De todos os sonhos que tive antes de dormir. De todas as manhãs que chegaram com indiferença.
Não tenho nem mesmo um pecado significativo do qual me arrepender, além dessa constante infidelidade de pensamento.
O Rio de Janeiro é lindo! Avise a todo mundo que vou ficar morando aqui.”
Assim que terminei a leitura, aconteceu o primeiro dos muitos eventos estranhos que se seguiram à mensagem de despedida de Laura. O tempo parou pela primeira vez. Olhei para o relógio e eram cinco para as seis. Trabalhei mais um pouco e ainda eram seis horas. Em cerca de meia hora, ainda eram seis e dez.
Tive que responder àquela bêbada, imaginando-a de biquine, estendida à beira da praia, fervendo, consumida pelo seu constante mau-humor e protegida pela sua ainda mais constante sorte.
Escrevi uma resposta: “Por mais cética que uma pessoa deseje ser, por mais racional que seja seu modo de encarar a vida, é a vida. Não há nada de normal nisso. Mesmo que você não seja capaz de ver, de ouvir ou de sentir. Ainda que esteja paralisada em um corpo inerte. Ainda haverá você e não há nada de normal em estar aqui. Eu não posso explicar o significado de tudo isso, nem ensinar a ninguém como viver porque eu só vivi desta vez. Se vivi outras vezes, não adianta, porque eu não me lembro (portanto, é inútil considerar isso). No fim das contas, eu sou a coisa mais extraordinária que eu posso imaginar. Se eu estou aqui trabalhando e você está estirada em Ipanema, é porque esse mundo não é justo. É tudo o que eu sei. Tome uma caipirinha por mim. E não se preocupe. Ninguém espera você aqui tão cedo.
Enviei a resposta e esperei para ver se o tempo voltava a correr normalmente.
Não sei porque lembrei que a maluca não fez a primeira comunhão. Conclui que isso influencia bastante nas suas filosofias de ressaca.
Há muito tempo que ela faz da minha caixa de entrada um confessionário. Apesar de tudo, foi a melhor chefe que já tive. Não sei se ainda é.
Resolvi levantar e avisar ao pessoal que provavelmente Laura não voltaria até o final do Carnaval.
Recebi um What´s up: ”Você não é muito esperta, mas é sincera. Não sei bem qual é a vantagem, mas obrigada mesmo assim.”
Mais tarde outro: ”Você não sabe de nada.”
Em alguns segundos: ”É lua cheia.”
Eu ainda não poderia entender a relação entre essas mensagens e a série de eventos estranhos que se seguiriam.
A sua última mensagem foi uma foto tirada de dentro do mar, para a praia de Ipanema, com os dizeres: ”o mar mergulhando em mim.”
 
Desejo do dia: escrever.

terça-feira, dezembro 3

Opciones


En Español.

 
Si se trata de hambre del alma, ninguna pasión es tan poca que no merezca ser llevada a la boca.
Sin embargo, es fácil ir por la vida sin vivir las pasiones. Casi todo lo que lastima, puede ser mitigado.
El hambre, la indignación, la miseria, el disgusto, la ira, los deseos prohibidos.
Cualquier cosa puede ser pintada de color rosa, maquillada, suavizada por la psicología, reevaluada por el sentido común o intercambiada por alimentos, cigarrillos, medicamentos, ropa, ficción.
Lo difícil es tocar la carne, las heridas, enfrentar los resentimientos. Admitir lo obsceno, lo perverso, lo degradante, el fracaso. Provocar repugnancia, aceptar el dolor, aceptar la muerte, sacrificar las ilusiones edificantes e intercambiarlas por vida.
_ Ah, dejálo.
_ ¡Alto!
_ Píensalo bien!
_ Respira.
_ Dale la vuelta.
La ropa elegante esconde el latido del corazón. La mirada baja desprecia el deseo más ardiente. La sonrisa cubre una revuelta lacerante.
Y vamos pudriéndonos. No porque las heridas ocurran, sino porque son sufocadas.
Al negar los excesos, el miedo, la sangre, el sufrimiento, los gritos, tan legítimos y espontáneos, creamos los dolores más profundos y las más terribles tragedias. Por falta de alivio, por falta de vida.
Cuando desaparezca la humanidad, no será por eventos de extinción, más bien por pasteurización. Por inutilidad absoluta del alma.

Desejo do dia: Sabedoria.

 

 




Opções



Se é uma fome da alma, nenhuma paixão é tão pouca que não mereça ser levada à boca.
Mas é fácil passar pela vida sem viver as paixões. Quase tudo o que dói, pode ser amortecido.
A fome, a indignação, a miséria, a repulsa, a raiva, os desejos proibidos.
Tudo pode ser pintado de cor-de-rosa, maquiado, amenizado pela psicologia, reavaliado pelo bom-senso ou trocado por comida, cigarro, drogas, roupas, ficção.
Difícil é tocar a carne, as feridas, encarar as mágoas. Admitir o obsceno, o perverso, o degradante, o fracasso. Provocar repulsa, deixar doer, deixar morrer, sacrificar as ilusões edificantes e trocá-las por vida.
_ Ah, deixa pra lá.
_ Páre!
_ Pense bem!
_ Respire.
_ Contorne.
A camisa pólo esconde o coração pulsante. O olhar baixo dissimula o desejo mais ardente. O sorriso encobre uma dilacerante revolta.
Assim vamos apodrecendo. Não porque as feridas aconteçam, mas porque são abafadas.
Por negar os excessos, o medo, o sangue, o sofrimento, os gritos tão legítimos e expontâneos, criamos as dores mais profundas e as mais terríveis tragédias. Por falta de alívio, por falta de vida.
Quando a humanidade desaparecer, não será por eventos de extinção, mas por pasteurização. Por absoluta inutilidade da alma.

segunda-feira, outubro 22

México

Pirâmide do Sol em Teotihuacan. Anterior ao Império Asteca, ainda há muitos mistérios sobre a civilização que a construiu.

Depois de dois meses, a rotina do México começa a se organizar.
Nosso bairro, Coyoacan, é uma graça. Pequeno, tranquilo, histórico, hospitaleiro. As crianças já vão à escola. Já conheço as ruas pelo nome.
Comprei um livro de História para conhecer melhor os personagens que dão nome às ruas. Terminei de ler o excelente "O Asteca", o que já me ajudou bastante.
Tenho vontade de conhecer melhor o que vejo. Em uma primeira impressão, o que mais me chama a atenção é perceber como a alma asteca paira no ar, de uma maneira que nunca percebi nossas origens indígenas se sobressaindo no Brasil. Pelo menos não no Sul e no Sudeste e nas cidades das demais regiões que eu visitei. Quando observei uma influência indígena, parecia estar mais relacionada às tribos ou ao que restou delas, ao que existe hoje, não ao que existia antes da chegada dos portugueses. Como se a nossa missigenação nos tivesse transformado em algo totalmente novo. Não sou antropóloga. São apenas impressões.
Por aqui, em todos os aspectos da vida cotidiana, percebo a influência da cultura pré-hispânica. Nos nomes das ruas, na arquitetura, nas tradições, na alimentação, nos temas das artes plásticas, na moda, nas capas expostas nas livrarias. Também são ressalatados os mariaches, Frida Kahlo e Diego Rivera, mas chama a atenção o tema "astecas" e outras referências aos povos, tradições e artesanato de origem pré-hispânica.
Vejo com assombro de turista, que o Centro do Mundo Único, o coração de Tenochtitlán, capital do império asteca, destruída por Cortés, está ressurgindo no centro da cidade do México, por debaixo das antigas contruções espanholas. Em cima das ruínas do Templo Maior e do centro do universo asteca, os espanhóis construíram sua Catedral Metropolitana e edifícios de governo. Devido a fatores geológicos (ou por vondade dos deuses, segundo alguns) muitos desses edifícios estão visivelmente tortos e o que restou de Tenochtitlán está emergindo nas escavações recentes. No pátio inclinado da entrada da Catedral Metropolitana, centro histórico da Cidade do México, foram instaladas vitrines para o subsolo de forma que agora os turistas podem ver as pinturas coloridas dos prédios astecas que, pensava-se, haviam sido sublimados. As cores astecas voltam à luz do dia já que nunca foram realmente aniquiladas. Conheço pouco ainda do México, mas me parece que sob a máscara da nova civilicação, permanece a alma asteca. Essa é a minha primeira impressão.

Desejo do dia: que a nossa mudança chegue logo.

quinta-feira, maio 13

Bisbilhotando

Estava lendo as minhas agendas mais uma vez. Cada vez que faço uma arrumação no escritório não resisto e abro alguma para ter aquele sorrateiro encontro com a versão adolescente de mim mesma.

Não consigo definir se eu escrevia o que eu sentia ou o que achava legal sentir, ou o que achava legal escrever. Às vezes me questiono se as idéias eram minhas.

"Às vezes eu sinto que sou uma daquelas pessoas que morrem e todos ficam comentando como ela era boazinha."

É claro que a maioria dos temas era amor, embora eu tenha perdido alguns registros do objeto desse amor. Não importa, era sempre o mesmo desejo de amor em mim.

“Eu tenho um grande amor. Escrevo assim baixinho. Nem sei o quanto pode ser silenciosa uma palavra escrita.”

“Por que não posso fala de ti sem inventar?
Quando, na realidade, tu tens tanto daquilo que amo e conheço e pretendo, que eu não entendo porque não consigo te explicar. Por que se me fascinas tanto, tantas vezes, tenho no entanto, medo de te encontrar?”


Filósofa, insegura, piegas, enfim, adolescente.

Eu ainda adiantei uma resposta para as minhas indagações futuras. Oh, sim! Escrevi há alguns anos para a bisbilhoteira de hoje:

"O que alguns podem pensar que é um desejo irresistível de escrever, nada mais é do que não ter o que fazer.”

Tão simples!

Desejo do dia: Literatura.
Queria tanto encontrar um curso de ecrita criativa por aqui.

sexta-feira, dezembro 18

Tempo

A Lorena continua com dificuldades para pegar no sono, mas estamos avançando a cada dia. Como diz Lya Luft em "Perdas e Ganhos", criar filhos não exige grandes estudos nem recursos financeiros "exige dedicação, exige delicadeza, exige ternura: o mínimo que pode esperar alguém que nasceu de nós."
Escolhi para o quarto dela o tema "pássaros" porque os adoro e tenho um sonho recorrente de estar pegando um pássaro com as mãos. Então ela nasceu e me surpreendi com a idéia de que eu precisaria conquistar a sua confiança e o seu afeto, com o mesmo cuidado e delicadeza, como se ela fosse um passarinho no jardim. E qual o equilíbrio correto entre delicadeza e firmeza?
Durante a gravidez, eu coloquei minhas maozinhas para costurar. Minha mãe sabe fazer praticamente tudo em termos de trabalhos manuais e está sempre à disposição para me ajudar, mas desta vez nós nos superamos no empenho. Aos poucos, vou mostrando o resultado aqui.
Hoje eu vou mostrar uma geral do quartinho da Lorena e o presente de Natal que estou fazendo para ela. Segundo a Vivianne, é um presente de tempo.

























A minha mãe fez a cortina e eu costurei as folhas. Eu fiz a árvore e nós a pintamos. O quadro foi ela que pintou, baseada em uma figura de São Francisco com pássaros do Livro “A Árvore dos Desejos”, qua inspirou o nome deste blog. Fizemos ainda passarinhos como lembrança de maternidade, baseados nestes, como eu já contei.











A cômoda é da Móveis Mazzoti e era do nosso jogo da cama, mas não coube no nosso quarto e eu mandei laquear com a tinta Coral "Pinhão". Também mudei o puxador.
Ela fez ainda o porta-trecos e o trocador. Eu fiz as borboletas da luminária e o enfeite de porta com o nome da Lorena, baseada em imagens da Internet e com coisinhas que eu tinha aqui em casa. O cacho de rosas foi feito com as sobras do meu vestido de casamento pela minha mãe e tia. Elas serviram para enfeitar os saquinhos de bem-casados.

















E tem o protetor de berço que meu pai fez em prata e tem mais coisas no outro lado do quarto, mas mostro outro dia.
Agora estou fazendo esta gaiola, baseada nessa foto do blog da loja que eu adoro, mas só conheço pela Internet "Coisas da Doris". E os passarinhos, eu já havia visto parecidos, mas encontrei o molde aqui. Faltam uns detalhes finais.





















Ainda pretendo fazer este móbile.
Desejo do dia: o sorriso da Lorena.

quinta-feira, setembro 10

Parto Humanizado

O parto com o nosso obstetra, Dr. Marcos Leite, da ReHuNa, defensor do parto humanizado, inclui o acompanhamento de enfermeiras (doulas) do grupo Hanami. Elas vêm aqui em casa nos acompanhar quatro semanas antes, no dia do parto e três vezes depois para auxiliar com os cuidados com o bebê. Pretendo ter um parto normal e acredito que é preciso ter tranqüilidade e confiança para que tudo ocorra da melhor forma.
Temos feito os cursos e assistido a vídeos e por mais que as mulheres desmonstrem sentir dor, o que mais chama a atenção é a importância do momento, quando mãe, pai e bebê estão prontos para deixar que a natureza desenvolva seu papel, liberando as substâncias e as sensações desse momento de passagem da nova família. Há prós e contras com relação a cada tipo de parto, mas a minha opção é pela experiência do parto natural. Espero que dê tudo certo. Nossa pequena está numa posição legal, eu estou bem.
Para favorecer ainda mais a calma, tão importante para liberar a ocitocina e ter um parto tranqüilo, quando chegar a hora, a enfermeira vem aqui em casa e fica conosco até que seja realmente hora de ir para a clínica. Já estivemos lá conhecendo e acho que isso também é importante para diminuir a ansiedade do momento.
Com relação aos demais preparativos, estava procurando um molde para fazer passarinhos para dar de lembrança de maternidade. Eu queria fazer estes aqui da Abgail Brown:
Mas achei muito difícil sem molde. Então encontrei no Blog Frango com Banana (de comidinhas deliciosas), um modelo bem bacana, com molde:
Estou fazendo à mão e depois coloco as fotos aqui. Por coincidência o motivo do quarto do bebê também era passáros e ela também se chama Lorena! O quartinho dela saiu na Claudia Bebê. Lindo!
Por enquanto, uma fotinho da linha de produção.
Alguns dos filmes que assistimos deixam questões interessantes para debate:

Desejo do dia: colocar os pés para cima.